PROLOTERAPIA
- Dr. Alexandre C Martha
- 30 de mai. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 21 de mai. de 2022
É a infiltração de substâncias não biológicas, que estimulam a produção de fibrose ou enrijecimento do tecido.

CICATRIZAÇÃO
Aonde você tem uma articulação que sofreu uma torção, levando a lesão ligamentar crônica, que não alcançou cicatrização adequada, ex: entorse do tornozelo. Em casos de dor lombar crônica, sacroileíte, dor crônica na sínfise púbica e tendinite de adutores em atletas, fascíte plantar, tendinite crônica do Aquiles, artrose nas mãos e joelhos também é empregada essa técnica.
SUBSTÂNCIAS:
As substâncias mais utilizadas para essa técnica são a Glicose hipertônica entre 10 a 30% com Lidocaína; a Glicose hipertônica, glicerina, Fenol e lidocaína (foi abandonada) e o Morruato de Sódio (pouco usada atualmente).
MECANISMO:
Funciona da seguinte maneira: o tecido ao ser infiltrado sofre uma irritação que leva a inflamação local com consequente produção de colágeno (cicatrização). As substâncias também possuem uma ação tóxica sobre os receptores da dor o que consequentemente levariam a ausência de dor. Quando aplicada no interior de uma articulação ela tem o efeito analgésico e anti-inflamatório, por isso passou a ser usada também nas artroses.
TORNOZELO
Na prática são feitas infiltrações em vários pontos no trajeto do ligamento uma vez por semana durante vários meses. O uso do anti-inflamatório está contraindicado após a infiltração, uma vez que a técnica se baseia em provocar resposta inflamatória para produzir colágeno, caso sinta dor é melhor partir para os analgésicos e repouso. As atividades físicas também devem aguardar a resolução do processo de cicatrização.

MÃOS
As infiltrações em artroses nos dedos das mãos, foram realizadas com glicose hipertônica 10% e avaliadas após 6 meses, todos apresentaram bons resultados na melhora da dor e do movimento de flexão dos dedos; a dor em repouso e a força da pegada ainda precisam ser melhor estudadas. Em um estudo de artrose carpometacarpal do polegar se comparou dois grupos, um foi aplicada uma infiltração de metilprednisolona 40mg apenas uma vez; e outro grupo onde foi aplicada glicose hipertônica 20% com lidocaína 2% uma vez por mês, durante 3 meses. O resultado foi que quem tomou corticoide melhorou a dor no quarto mês, e o grupo que tomou proloterapia melhorou da dor no sexto mês. No sexto mês ambos os grupos obtiveram melhora da dor e da função sendo que os efeitos foram maiores no grupo de proloterapia que para o de corticoide.

JOELHOS
Os estudos de artrose em joelho demonstraram que infiltrações com Proloterapia realizadas fora e dentro da articulação obtiveram boa melhora da dor, mas não ocorreu crescimento da cartilagem e nem melhora da mobilidade, mas isso nos leva a crer que o tratamento na área externa da articulação com artrose melhora os estabilizadores e bloqueia as dores provenientes dos receptores da dor (nociceptores) que fazem parte também da doença (artrose).

SACROILÍACAS E LOMBAR
Os estudos em dor lombar baixa atribuída a sacroileite comparando 2 grupos, corticoide X proloterapia; ambos obtiveram melhora de 50% com 15 dias, mas esse resultado só se manteve por 6 meses na proloterapia, na infiltração com corticoide caiu para 10%.
Em um estudo com 177 pacientes acompanhados por 2 anos e meio, com queixa principal de dor lombar baixa nos ligamentos iliolombar e sacrilíacos associadas a diversos pontos da coluna vertebral se infiltrou proloterapia nas articulações interfacetárias dolorosas da cervical, dorsal, lombar e dos ligamentos sacroiliacos e iliolombares; 91% dos pacientes apresentaram melhora da dor, 85% houve melhora das atividades da vida diária e 84% relatou melhora na capacidade de trabalhar.
